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Mostrando postagens de maio, 2024

FELICIDADE PARA TODOS

Na última postagem que escrevi registrei a palavra felicidade. Hoje me pergunto o que é felicidade. Não sei responder com certeza. Porque felicidade eu sinto, e não foi coisa aprendida nos livros ou na escola. Nem foi coisa que me ensinaram. Então digo que é um estado de espírito. E que não é conquistado este estado de espírito. Nem é uma abstração filosófica. Realmente é um estado de espírito. Que me vem com alguma facilidade, agora aos setenta anos de idade. E é realmente feliz que vou escrevendo. Por todos os motivos estou feliz. Você, leitor, já se sentiu feliz? Pergunto se já foi ou é dono da sua felicidade. Se sim, eu me felicito ainda mais. Claro que muito mais gente é feliz neste nosso planeta. É só tentar imaginar no número de pessoas que o habitam. São muitas as pessoas, de vários idiomas, várias nacionalidades e diferentes costumes que se sentem felizes. Não devo ser egoísta, pensando eu só eu sou feliz. Se eu fosse mágico, como o Mágico de Oz, eu distribuiria felicidade. Ag...

UM ATÉ LOGO

 Muito contente estou por ter chegado aos meus setenta anos de idade neste ano de 2024. Junto com meus irmãos festejei o meu aniversário num restaurante aqui próximo chamado TREM. E costumo brincar comigo mesmo dizendo que estou vivo, inteiro e são. Assim é como se continuasse a comemoração. Nasci em março de 1954, digo que é para você, leitor, se quiser conferir a data e os anos que vivi até agora fazer as contas. Claro que todo aniversário traz, ao menos para mim, a constatação de que a vida é o nosso bem mais bem precioso. E não preciso me tocar para saber que estou vivo. E respirando. E então dou graças a Deus. Também digo que estou a caminho dos setenta anos e meio. Na esperança de completar os setenta e um anos de vida. Velho, sim. Mas minha irmã mais nova me deu de presente uma camiseta onde está escrito velho não, semiusado. E eu da minha parte tenho de encarar a minha idade com muito bom humor. E me digo, velho não fica com raiva de nada, somente ri. E assim vou vivendo, e...

CASAMENTO À VISTA

Vim parar nesta cidade pequena do interior mineiro, acompanhando minha mãe. Aqui me adaptei e conheci pessoas incrivelmente maravilhosas. Dentre elas está a empregada que trabalha aqui em casa. Ela já si foi para a casa dela. Ela saí daqui as quatro horas da tarde. E vai trabalhar mais na casa dela. Claro, dentre os nossos costumes existe a dupla carga diária de trabalho para a mulher. Eu já cansei de quebrar a cabeça sobre este assunto. Parei de pensar nele quando fui casado. Vi que muitas coisas eu não sei fazer. E o trabalho ficava mesmo a cargo da mulher. Aqui a solução foi esta, pagar o salário da doméstica. Mas não é disso que eu quero tratar. Ela, a doméstica, é uma pessoa amiga e responsável. Não deixa de fazer o seu trabalho e vez ou outra trocamos algumas palavras. Ela é casada e divorciada e tem dois filhos, um casal, um rapaz e uma moça. E está casando a moça. Ela está alegre com isso, com o fato de estar casando a filha. O genro já se fez amigo dela, e isso facilita tudo. ...

O ESCRITOR DO INTERIOR

Eu pertenço a uma categoria de escritor que se pode chamar de escritor do interior. E este, o escritor do interior, conta principalmente com uma arma sempre à disposição. A sua imaginação. Os assuntos eu os colho nas mais variadas fontes. Leio principalmente. Ou converso muito. De preferência converso. Para descansar meus olhos das letras impressas nos livros e revistas. Às vezes, uma só palavra ouvida me fornece uma postagem. Ou eu formo uma expressão, que não é preciso que seja original. Como esta: o escritor do interior. Vim da capital, com meu sonho de ser escritor guardado na minha memória. E confesso mais uma vez, guardado na minha memória desde sempre. Cheguei aqui pensando que nunca poderia ser escritor. E me surgiram pela frente as oportunidades. Tenho trabalhos publicados, e vai um pouco de vaidade nesta confissão. Mas eu pensava que se capital era difícil ser escritor, aqui então seria impossível. Mas como eu estava equivocado. O escritor do interior só é diferente dos escri...

CONQUISTAR O CORAÇÃO DE QUEM LÊ

Quando escrevo um poema e com ele conquisto o coração do leitor, eu agradeço a Deus. Só Ele me dá força e letras para continuar tentando ser poeta. É, porque ser poeta é uma luta infinita com as palavras. E quando escrevo algo próximo a um poema estou tentando humanizar os olhos do leitor. Talvez seja pretensão demais. Mas o que posso fazer? Aprendida a lição dos poetas maiores que já li, vou seguindo o meu caminho. E o meu caminho é de sonho de muita vida. Muita vida para mim e para o leitor que me lê. Isto não é uma tentativa de seduzir o coração de quem pousa os olhos sobre o que escrevo. E, por outro lado, escrever poemas é uma mania do meu coração. Mania que me faz mais humano. Simplesmente porque assim eu ouço de novo aquela voz de quem me dizia que quem escreve é uma pessoa como outra qualquer. Então cada poema é um depoimento de meus sentimentos e de meu sentir a beleza que há num conjunto de palavras escritas. Toquei num ponto que gosto muito, a beleza estética dos versos. Qua...

MERECER

 Hoje eu quero falar de pessoas que merecem ou não uma companhia nas horas difíceis. Porque enfrentar uma hora difícil é também difícil se a pessoa que fica só se sente enfraquecida e abandonada. Claro que nas horas difícil, sem mencionar o que causa a dificuldade, a pessoa deve se ajudar. E muitas vezes o seu silêncio é precioso. Se o momento é difícil muitas vezes poucas palavras ajudam muito. Pode ser difícil, mas existem pessoas que recebem a companhia e percebem logo que se falar muito vai perturbar o espírito de quem veio para fazer-lhe companhia. Vou contar uma coisa. Estava lá uma pessoa que fora diagnosticada com câncer. O câncer é conhecido mais por ser uma doença terminal. Mas já vi casos em que não o é. Aquela pessoa estava deprimida, se julgando abandonada. Chegou o acompanhante, brincou com ela de maneira saudável. E sabem como ela reagiu? Em pouco tempo estava sorrindo e conversando. Passou o tempo. Ela, a pessoa diagnosticada, se tratou. Tomou a medicação. E em pouc...

DÚVIDA

Escrever alguma coisa que chame a atenção e que seja nova literariamente é difícil. Por vários motivos, dentre os muitos deles, o autor não se desarma das suas influências. Influências que sofreu durante o seu caminho de formação livresca. Cada leitura que alguém faz, deixa uma lembrança no espírito. De modo que segundo eu considero o espírito totalmente independente não existe. O que é diferente de um espírito de alguém de personalidade. Portanto, a história pessoal de um autor está impregnada de sua criação no lar onde nasceu, está também impregnada de seus conhecimentos interpessoais travados no decorrer de sua vida. E se esse alguém lê e escreve, as leituras decerto o influenciaram, muito ou pouco. Então aqui estou, para provar que as minhas palavras acima têm algum fundamento: eu mesmo. Para se ter noção do que estou falando, tive seis empregos honestos nesta vida. Onde trabalhei para sobreviver. E sobrevivendo vou, sempre rezando muito, pedindo a Deus mais sorte. Claro, neste paí...

O VELHO PROFESSOR

 Primeiro, ele me convidara para ver uma reunião de poetas, escritores e outros artistas numa associação lá deles. A princípio eles pretendiam crescer enquanto agremiação. Eu fui e achei as palestras que eles faziam muito interessantes. Alguns deles eu já conhecia, pelas minhas incursões no seu meio. Me lamentava de não encontrar no mercado obras daqueles que ali encontrei. Isso, contudo, não os desmerecia. Pois tinham todos o seu currículo notoriamente conhecido pela nossa sociedade local. Um deles, que era escultor, eu inclusive conhecia pessoalmente. Agora, ele, o que me convidara, era um velho professor de quem me fizera amigo. Pretendia ele, segundo ele mesmo me dissera, me fazer de mais um dos associados. Claro, eu seria um associado medíocre ali ante aqueles que seriam meus pares. Eu tinha no meu currículo, decerto, alguns prêmios literários. Mas não iam me garantir nada aqueles prêmios. A um dos prêmios, que foi comentado pelo próprio júri, ao me ouvir contar as palavras do...

SOLIDARIEDADE

Muitas vezes me sento diante do computador e penso que seria bom se eu já soubesse o assunto sobre o qual eu vou escrever. Por outras vezes escrevo dando voltas em torno de mim, procurando um assunto. Então, hoje resolvi falar um pouco sobre como eu funciono. Posso começar dizendo que na maioria das vezes eu sinto minha mente no vazio. E como escrever é lidar com as palavras, começo dizendo uma e outra coisa. Se isto me alegra, eu vou em diante, sempre obedecendo a regra de que palavras puxam palavras. Eu li isto como um título de um livro que enumerava os nomes de escritores, e não me esqueci: Palavra puxa palavra. E, para dizer a verdade, quando li este livro eu já tinha chegado ao ponto de achar que pouca coisa no mundo das letras era novidade para mim. Eu estava enganado. Porque às vezes um autor que tivemos lido no passado, quando o relemos ele parece totalmente novo para nós. Sem que nenhuma palavra de seu texto tenha sido alterada. Portanto, devo dizer ainda, que eu não sou um l...

ABERTURA AO NOVO

 No mundo das letras acontece cada coisa, me dizia o velho professor. Ele tinha acabado de desistir de escrever, Deus sabe lá porque motivos. Mas, dizia que tinha os seus motivos. Eu o olhei, e tinha um monte de perguntas para fazer, que não fiz. Vim-me embora, deixando-o quieto em sua casa naquele dia. E resolvi não incomodá-lo mais. Muitas vezes pensei em voltar lá. Eu tinha achado ótimo conversar com ele. Sem orgulho eu aprendera muita coisa com ele. Mas uma coisa que eu não esquecera sempre me vem à mente. É que ele me dissera: - Não pense, escreva. Mas eu não aprendi isso com ele. E continuei preferindo pensar antes de escrever. Simplesmente porque para mim, escrever é como falar. E na vida eu precisara sempre da afirmação: - Pense para falar. Isso fez de mim um sujeito cauteloso, o que me evitou muitos contratempos. Hoje aqui pensando, eu sei que ele ao recomendar que eu não pensasse, queria de mim um representante de tudo o que ele não conseguira. Ele esperou a vida inteira ...

GOSTAR DE ESCREVER

Quero escrever hoje como se minha mãe estivesse viva. Para isto basta eu me lembrar de quando cheguei nesta cidade onde vivo. Viemos minha mãe e um irmão. E claro e eu. Eu já escrevia. Tinha alguns contos publicados, mais poemas e umas crônicas. Nada de muito relevo contudo. E aqui aprendi a dizer que eu não me desejo o número um das letras, que eu quero é ser só mais um. E me entendo como mais um. E isso me faz feliz. Quando me perguntam: - O que você faz? Eu digo: - Tenho a atividade de escritor. A princípio a indicação de que é uma atividade, soa um pouco estranha. Àqueles que levam sua curiosidade um pouco mais longe, e perguntam porque atividade. Eu respondo que escrevo para passar o tempo, porque gosto e porque sei escrever o que escrevo. Nada disso me veio de original, li outros escritores assim dizerem e gostei do que disseram, e é só o que copio deles. Agora, me explico um pouco melhor. A arte da escrita literária sofre influências diversas. Influências que eu quando escrevo n...

NA PRESENÇA DELA

 As letras se juntam em torno delas próprias. E nesse ajuntamento se fazem ler quando têm sentido. O que eu quero dizer é que para um leitor um texto faz sentido e para outro não. Aqui, se eu estivesse falando, eu perguntaria: - Você entende o que falo? Já que estou escrevendo, fica a pergunta acima como se falada. E responda você aí para você mesmo. Porque eu vou continuar minha escrita. Procurando dar sentido às minhas palavras. Amanhã é dia das mães. Já estou eu aqui me lembrando de uma pessoa que me acompanhou a vida inteira, e que é minha mãe, já falecida. Vão fazer cinco anos que minha mãe faleceu. Eu já me entristeço com o aniversário de morte dela. Foi a minha grande amiga, a minha mãe. De modo que eu não tenho até hoje momentos de solidão. As lembranças que tenho dela, são muitas. E vão me ocorrendo desde que ela partiu. E uma amiga dela, que muitas vezes me ouve falar dela, um dia me disse: - É bom lembrar dela. Este "é bom" me dá forças para ir vivendo sem minha mã...

AS PESSOAS TEM BOM HUMOR

Quando eu comecei a namorar uma moça que estudava comigo, eu presenciei a seguinte cena: - Ele não é bonitinho? O irmão dela não perdeu tempo, e fazendo graça, retrucou: - Bonitinho é feio arrumadinho. Fui me lembrar disso agora, sem problemas. É que eu estava me lembrando da minha mãe. Ela, pouco antes de morrer, me chamou para dizer: - Você não é feio, nem bonito, você tem é boa aparência. Eu, me lamentar diante destas situações? Isso nem me passou pela mente. Porque eu mesmo nunca me achei bonito. Mas o caso é que sempre andei bem acompanhado de minhas gatas. Que eram meninas incríveis. E dentro da minha filosofia pessoal cabia bem uma frase: - Antes sempre bem acompanhado de meninas namoradeiras do que só. Esta frase não funciona assim a todo vapor na minha vida. Porque eu gosto de ter meu tempo para mim. Como agora. Estou aqui só no meu quarto-estúdio, escrevendo. Nem sempre estou escrevendo. Mas faço outras coisas, por exemplo leio. E leio muito. Aquela namorada que citei quando ...

VIVO CONTENTE

 Escrevi há pouco uma postagem a que intitulei ELES E ELAS SÃO FELIZES. E terminava mais ou menos assim: NÓS SOMOS FELIZES. Tínhamos conquistado, com o tempo de serviço prestado, uma sala para nós. E eu ali na minha sala, na minhas horas vagas, lia. E, enfim, tudo aquilo me cansou. Entreguei meu pedido de demissão e me retirei para a casa de meus pais. Digo para a casa de meus pais porque é assim até hoje. Meu pai morreu há muito tempo. E eu me retirei acompanhando minha mãe para o interior. Aqui me instalei no meu quarto que logo transformei no meu quarto-estúdio. Nele tenho estantes repletas de livros, um computador e uma mesa de trabalho. Há pouco lia e escrevia na mesa de trabalho. Agora estou aqui em frente ao computador. E, claro, escrevendo, compondo este blog. Feliz da vida. Não se deve mentir. E não vou mentir agora, estou em busca de uma ótima ideia. Não sei se vou encontrá-la. Mas vou mesmo assim. E voltando ao ponto de partida, digo que eu sou feliz. Na juventude li não...

ELES E ELAS SÃO FELIZES ASSIM

Eu trabalhava numa empresa, lá havia uma bruta competição. Aquilo chegava a me fazer mal. Eu olhava, nas minhas horas de folga, para aquele pessoal e pensava: - O que será que eles pensam da vida? Nunca soube. Mas acabei saindo de lá, pedi demissão. Enquanto estive lá, cursei ADMINISTRAÇÃO DE TEMPO. Que foi um curso ministrado por gente especializada em trabalho burocrático. Eu apreciei muitíssimo o curso, tanto que minhas notas, na avaliação, foram altas. Lá mesmo, enquanto empregado, pude cursar à noite Filosofia. A Faculdade era a um passo da empresa. Com o meu salário eu comprava livros e pagava a faculdade. De modo que me dizia: - Esperto sou eu, não estou competindo com ninguém e estou aproveitando meu tempo. É que durante o tempo em ficava na empresa, trabalhando, eu tinha minha sala que eu dividia com duas colegas. Elas eram duas moças, noivas, que afinal se casaram. Eu tive oportunidade de ver o casamento das duas. E nenhuma das duas estava interessada em competir. O que para ...

UMA BREVÍSSIMA ESTÓRIA

 E tinha aquele rei grego que foi transformado em escravo, assim sem mais nem menos, e sem nenhum motivo. E, certo dia, os ex-súditos o encontram e dizem a ele: - Não senhor, o senhor é nosso rei. Igual ao senhor nunca surgiu ninguém em seu reino. E ele foi feliz novamente.

DEBATES

 Nos meios que frequentei outrora eu sentia muita falta de cordialidade. Inclusive na universidade, onde na hora dos debates estudantis os alunos eram muito agressivos. E eu na minha hora de falar pedia antes que meus colegas fossem ao menos educados. Muitas vezes este meu pedido fazia efeito contrário, e eu me calava. Para mim, devido à educação que recebi, a verdade não tem dono. E sabem porque? Éramos sete irmãos e quando conversávamos eu via, cada um de nós tinha um ponto de vista diferente. E conseguíamos chegar a um acordo. Escapei de meus estudos na universidade uma vez. Mas fiz as provas para admissão uma segunda vez, e lá estava eu. Sentado na carteira de aluno, prestando atenção às aulas. E pronto para debater. Então observei que os alunos. Senti uma diferença enorme. De comportamento, os alunos da minha segunda investida na universidade se comportavam muito mais educadamente. Mesmo quando falavam, expondo suas ideias nos debates que valiam nota do professor. Talvez fosse...

UMA CONVERSA AMIGÁVEL

 O cidadão com quem viajei e que desembarcou comigo, foi comigo até lá em casa. A casa que eu mantinha na minha terra natal. Eu o convidara. E lá chegando, comemos e bebemos alguma coisa. E nos sentamos para continuar nossa conversa. Ele, de chofre, me perguntou: - Por que você toma uma posição contra o feminismo? - Veja bem! As mulheres são inúmeras. Dentre elas há as mais diversas opções de toda ordem. - Isso é verdade. - E ser feminista, além do mais, me exigiria ser mulher. Ele deu uma gargalhada. Mas, em seguida, disse: - Sabe, é verdade. - E olhe você, o mundo já está tão dividido. E ele: - Nesse sentido, já nasceu dividido, sempre fomos homens ou mulheres. - E não é só dividido entre as mulheres, é dividido entre os homens também. - Que quer você dizer? - Nada de complicado, os homens e as mulheres hoje se diz têm opções sexuais que se definem bem cada vez mais. - Ah, isso é verdade. - Até há bem pouco tempo, tudo se lia nos livros desde a Grécia Antiga. - Eu sei. - Agora, l...

POBREZA DE ESPÍRITO

Estando aqui no meu quarto-estúdio, eu lia alguma coisa para me distrair. Parei um pouco e pensei, sabem os leitores em que? Na pobreza de espírito. Por que? Não sei, talvez eu mesmo me supusesse um  pobre de espírito. Será esta última só uma frase que criei para encaminhar o assunto? Talvez. Mas, na verdade, o que é pobreza de espírito? Para mim é um estado em que uma pessoa se coloca quase fora de si. Ou talvez, menos que isso. Eu já não defino pobreza de espírito com muita clareza. Mas existem tantas atitudes, falas e coisas assim que nós podemos chamar de pobreza de espírito. Dei uns passos, ao me levantar um pouco da cadeira onde me assentava. E quis me aprofundar no meu pensar. Claro, chega certo momento que devemos exigir um pouco mais de nós. E pedi a Jesus Cristo que me ajudasse. E aí está o ponto. Pobreza de espírito é exatamente falta de fé. Quando já não damos fé a nada, nosso espírito se esvazia. Nossa mente empobrece que as idéias nos faltam. Então pedi palavras. Pare...

UM CURTO DIÁLOGO

Eu resolvi passar uns dias na minha terra natal. Peguei o ônibus na rodoviária e fui. No caminho, um cidadão me reconheceu: - Você não é o fulano X? - Sou. - E não escreve para o jornal Y? - Escrevo. - E o que você me diz desses escritores novos?  - Os que surgem a cada dia? - Exatamente. - Olha, depende muito. - ... - É, porque temos no mundo dos livros, todo tipo de novidade. - Digo das novidades literárias. - Ah, sim. Temos muitos escritores novos saborosos. - E estes que só sabem levantar os casos políticos? - Eu não curto muito, leio por ossos do ofício. E depende dos casos que levantam. - Como assim? - Veja os defensores das causas feministas. - Interessantes costumam ser. - Mas não só isso. É que incomodam muita gente. - Eu também percebo isso. - E na minha opinião, literariamente se quisessem ser apenas literatos, poderiam ser bons. - ... - Mas, o caso é que muitas vezes querem dar palpites na causa feminista, e muitos deles até querem se tornar importantes escrevendo o que...

MINHA MELHORA

Depois que vim para cá, posso dizer que encontrei qualidade de vida. Esta é uma pequena cidade do interior, e isso me basta para dizer que até melhorei de saúde. De dois em dois meses, me dirijo ao grande centro para fazer consulta médica. E quando volto, volto de bem com a vida. E que mais eu ia precisar? Agora, me lembro do tempo em que vivia no grande centro, vivia e trabalhava lá. Sinto aqui a necessidade de falar que lá vivia o tumulto. É porque aqui encontrei a calma de viver. É como se tivesse recebido um grande abraço do viver. E isso me faz feliz. E tenho tempo para escrever estas postagens. Alguém até me perguntou: - Você se tornou escritor graças à solidão em que vive? Eu não hesitei: - Não vivo solitário. A empregada me faz companhia, e ela é um pessoa agradável. E o caso é que eu ocupo meu tempo aqui em frente ao computador. Escrevendo. E encontro prazer nisso. Este ano meu contato com as editoras que publicam textos meus diminuiu. Tive que gastar com saúde. Um bom motivo....

A VIDA É TRAVESSA

 Chego ao dia de hoje, sexta-feira, último dia da semana, e penso: "Deus recompensa." Não deixa de ser uma oração minha, esta frase. E oração de agradecimento. Falava eu, numa outra postagem, que um indivíduo me falou que a vida, hein, uma desgraça. Eu só esqueci de me explicar. Queria ele falar do meu divórcio. E é simples, ele é um desses homens que não admite se divorciar. E como existem pessoas assim na nossa sociedade. E explico-me mais ainda. Eu não me casei na igreja, e quando um padre daqui ficou sabendo da minha estória, me disse: - Solterinho você está. O que me esclareceu e o meu casamento e divórcio deixaram de ser um problema para a minha consciência. E oro todos os dias, pedindo perdão a Deus, mesmo assim. Claro, se eu me livro de uma culpa que julgava ter, não quero que a outra parte envolvida, no caso a mulher que viveu comigo, seja lançada no terreno da culpa. Esta postagem que ora escrevo não é um desabafo. Fui educado sob o dito de que a sociedade cobra. E ...

AOS MESTRES COM CARINHO

Claro que eu escrevendo aqui estas postagens, não faço bem o que eu gostaria de fazer. Mas, uma coisa é certa, aqui mesmo eu ainda sou eu mesmo. Com tudo o que já aprendi sobre a arte da palavra e o que vou aprendendo escrevendo. Vez ou outra lá vou eu reler ou ler pela primeira vez algum mestre. Reler, releio sempre que posso o nosso MACHADO DE ASSIS. Leio pela primeira vez algum autor que me vem às mãos pela primeira vez. E gosto de todos, porque adoro ler. A todos eles eu chamo de mestres. Claro, todos eles têm lá sua lição para me ensinar. Mário Vargas Llosa diz do nosso Machado que ele foi o autor brasileiro que mais ousou. Mas vejo ousadia diferentemente de Llosa. Vejo ousadia verbal, estilística e artística até em autores contemporâneos. E são estes autores que ousam, que muitas vezes me repetem lições. E me ensinam novas lições. E vejo lições até em autores que eu, ao acabar de ler, posso dizer que foi um prazer ler o texto que me veio. Ao dizer que foi um prazer ter lido, lemb...

SEJAMOS ARTISTAS

Hoje, quando prendemos a atenção alheia através do que fazemos nos nossos textos, textos escritos por nós, nos chamam de criativos. Uma estudiosa do assunto disse ser a criatividade uma maneira de dar forma a. Normalmente os escritores vão dando forma a seus textos até finalizarem, ou seja, esgotarem o que têm de dizer a respeito do que escrevem. Há os escritores que encantam à primeira leitura. Há aqueles que escrevem apresentando um pouco mais de dificuldade na leitura. Mas, muito antes de eu começar a escrever, eu me lembrava de uma lição. A de que os verdadeiros mestres na arte de escrever são os que conseguem o máximo de simplicidade na escrita. Tive até um professor de Literatura que disse serem gênios os que atingem o máximo de simplicidade. Que estes, às vezes, começam suas carreiras enfrentando toda sorte de dificuldade no escrever. Eu quando fazia meus rascunhos, acabava por rasgá-los todos. Achava-os ruins. E deviam ser mesmo. Porque muitos textos de autores publicados que e...

POR QUE ESCREVO?

Estive aqui me perguntando seriamente por que escrevo. Lendo meus escritos talvez o leitor os ache muito superficiais. E diga de si para si: - Este escritor não tem um motivo sério para escrever. Mas, eu tenho meus motivos para escrever. E é sobre isto que estou falando. Minha alma é repleta de meus assuntos e temas. Um dia estou mais inspirado, outro não. Claro, mesmo com todos os motivos, eu preciso também de inspiração. Mas motivos não é o meu caso de sair em busca de motivos. Já disse que aposentado muitas vezes me divirto escrevendo. Mas esse é um dos meus momentos de escrita. E para completar digo que nem sempre estou procurando agradar de maneira fácil. O motivo, a motivação. Vamos primeiro falar de motivação. A minha motivação vem da infância. Ganhava de meus pais livros que me prendiam a atenção. E lia-os já com o desejo de ser escritor. E esse desejo me perseguiu a vida toda. Até que num momento surgi como escritor. E conto esta estória para quem me pergunta onde surgiu em mi...

DO FEIO AO BELO

 Estive aqui no meu quarto-estúdio e pensava na vida. A minha vida. E tenho um olhar satisfatório a respeito dela. E me lembrei de pessoas que não tem nada a ver comigo. Uma destas pessoas passou por mim na rua e me disse: - A vida, hein, uma desgraça! Eu nem olhei para ele, fui em diante na minha caminhada. De desgraça eu olho para mim, e não vejo bem o que ele viu. Devia ele ser um destes caras metidos a perfeito que se colocam no meio do nosso caminho. E eu sou profundamente religioso. E é religiosamente que digo: o ser humano não é perfeito, nunca foi. Dirá  você que me lê que eu fiquei magoado com aquele dito. Para dizer a verdade, não. Nem ofendido. Então você me pergunta porque transcrevo a cena. Simples, eu tenho memória. E o que aconteceu ali mostra que alguns dos nossos semelhantes só se sentem bem ofendendo os outros. Eu disse ofendendo, para me exprimir bem. Mas digo aqui agora, ele não me ofendeu. E que Deus o perdoe. Agora, dado o exemplo, vamos dizer que estou e...

MAIS UMA VEZ

Quando eu era um jovem pobre, tinha que trabalhar para poder estudar à noite. Algum sofrimento eu enfrentei nesta época, porque me casei e me divorciei. Mas aqui estou, e quando me perguntam o que sou hoje, eu respondo: - Um escritor do interior. E de certa forma eu me envaideço por ter esta posição. Quem sabe o que é um escritor, lhe dá valor. E quando me dão valor, meus olhos brilham de alegria. Eu vim parar nesta cidade de Moeda acompanhando minha mãe. Antes mesmo dela adoecer e vir a falecer, eu tive oportunidade de me transformar em escritor com obra publicada. Uma vez, mostrando à minha mãe um diploma que dizia: - Personalidade Literária. Ela me disse: - Agora o senhor está satisfeito! E eu estava mesmo muito satisfeito. Tinha sido difícil. Difícil não o ler e o escrever, coisas que sempre fiz. Difícil me foi me intrometer com o pessoal das Letras, os que escrevem para publicar. Mas, chegando em Moeda me tornei duas vezes Acadêmico do interior. E venho festejando aqui nestas post...

O APOSENTADO QUE SE DIVERTE

Veio o cabeleireiro e me cortou o cabelo. Rente como eu gosto. Conversei um pouco com ele, e ele se foi. E vim e me refugiei aqui, diante do computador. Onde escrevo. Exerço esta agradável atividade desde algum tempo. O caso é que assim ocupo meu tempo de aposentado. Não consegui ser um escritor profissional. Desses que são pagos para escrever. Mas acho até melhor. Escrevo pelo prazer de escrever.  E, graças a Deus, não ganho um tostão por isso. Para mim, que escrevo por prazer, alimento-me também da leitura. As leituras que faço, são como as que fazia há pouco. Leio muito, e assim estou sempre em contato com a língua. A minha língua, a nossa língua portuguesa brasileira. E amo esta língua. Colocar esta língua por escrito aqui, para mim é a essência da vida de aposentado. Digo sempre aqui em casa que tenho uma atividade prazeiroza. E tenho mesmo. E acrescento: - Sou um aposentado privilegiado. Claro, para passar o meu tempo não preciso sair de casa.  E não preciso chatear ning...

SUA VIDA É EXCELENTE, ME DISSE ELA

A doze anos atrás me veio ela. E começou a trabalhar. Hoje eu digo a ela: - Você é a melhor doméstica que nos veio. E ela, que é bastante observadora e fala o que vê me disse: - E sua vida é excelente! Eu não me esqueci desta frase dela. Veio aos meus ouvidos naturalmente, sem ressentimento algum, e posso dizer que candidamente. Porque eu e ela nos tornamos amigos. E você que é um pouco mais chic que eu se pergunta se pode uma doméstica ser amiga de um habitante da casa. Eu digo, essas coisas acontecem. E, olha, eu já fui amigo de muitas mulheres, digo isso sem feminismo e sem machismo. Amigo, simplesmente. E acrescento que é possível sim. Fiz do meu quarto o meu estúdio. No meu quarto estão os meus livros nas estantes, o meu computador e a minha mesa de trabalho. De modo que posso ler, escrever e até me deitar para descansar, sem fazer muito esforço. E a minha secretária, que é como chamo minha doméstica, tem dois olhos. Que são bastante observadores. Não vá o leitor pensar que vivo d...

DE BEM COM A VIDA

Eu acredito firmemente que nós escritores devemos estar sempre de bom humor. Porque o dia em que acordamos não dispostos a isso, devemos até não escrever. Se formos escritores que não conseguem deixar de escrever, devemos esperar um pouco e ver. Porque ninguém nesse mundo de Deus consegue estar sempre de bom humor. Ou seja, de bem com a vida.  Então que aguardemos o correr das horas. É claro que se acordamos de mau humor, o mau humor não vai durar o dia inteiro. E por que devemos estar de bom humor? Pelo que eu sei do ato de escrever, a escrita flui cheia de graça e encanto quando o nosso humor é bom. E não devemos esquecer que escrevemos para alguém ler. Nossos leitores não merecem nosso mau humor. Ninguém merece. Aqui, nesse momento, vai uma pequena confissão. Eu, ultimamente, depois de muito exercício, consigo estar sempre de bom humor. Claro, escrevendo estou de bem com a vida. E fui descobrir que estar assim, de bem com a vida, foi preciso que eu me aposentasse. E praticasse a...

A MINHA ESCRITA

A minha escrita corre como água cristalina sobre seu leito. E eu trabalhava. Chegava a hora e eu falava com a secretária do meu chefe. E saía para ir ao médico, que ninguém é de ferro. As pessoas tem também que tratar de sua saúde. E quando eu voltava do médico, encontrava à vezes com o chefe e ele me perguntava: - Tudo bem? O que o médico falou? E eu respondia que tinha sido uma consulta de rotina. Que eu precisava só saber do meu estado de saúde. E que o médico ao me informar que estava tudo bem, ainda por cima se admirava de eu estar tão bem. O chefe me sorria. E eu ficava sabendo que no trabalho também as coisas corriam bem. E eu sonhava com este momento, aqui agora, de eu estar escrevendo. Agora, vou lhes dizer, se eu não tivesse trabalhado tanto e cuidado de mim, eu não seria este pequeno escriba que sou hoje. E se alguém pensa que estou reclamando da vida, engano. Estou é festejando, neste primeiro de maio, a minha escrita. Pois que a considero também trabalho. Estive há pouco t...

OS MEUS FANTASMAS

Eu acredito que as pessoas, as mais tranquilas, tem seus fantasmas. Não falo de traumas, nem de outras loucuras. E tendo seus fantasmas, acabam por saber lidar com eles. Eu confesso, quando fico só, como hoje, que inclusive é feriado, sou visitado por meus fantasmas. Trata-se de uma série de lembranças, de alguns desejos meus não satisfeitos, mas acrescento, não tenho frustrações sérias que me levem a pensar em minhas incapacidades com seriedade. Certamente não sei fazer de tudo. Portanto aí estão as minhas incapacidades. E com a idade, estas incapacidades vão dizendo a mim que vieram para ficar. Claro, uma vida inteira querendo ser escritor, e ao mesmo tempo tendo que trabalhar, as outras coisas que por acaso eu desejasse fazer foram para o ar. Mas, quando escrevo eu me realizo. Não sou e não sou um convencido de que sou um dos grandes. Aqui comigo vivo repetindo que sou apenas mais um escriba. O que eu gostaria mesmo é que sendo apenas mais um escriba, pudesse ocasionar prazer com mi...

A ARTE É NECESSÁRIA?

Andava eu um pouco aereamente pelas ruas, pensando, procurando focar nalgum assunto. E me veio à mente a palavra arte. Pensei eu, eram tempos duros, eu estava empregado e insatisfeito, e queria fazer alguma arte. Claro, naqueles tempos uma pessoa como eu alcançar a pequena fama de artista era algo difícil. A arte com que eu mais me familiarizara até ali era a arte da palavra. Venci alguns concursos literários, isto é verdade. Mas conseguir um espaço onde eu pudesse me mover mais à vontade, isto é que era difícil. Mas, eis que estou aqui. E escrevendo. E hoje pensei em outra coisa. Pensei que a arte é necessária. E como foi que eu cheguei até aí? Nada difícil. Li que a poesia tem uma função social. Estava lá escrito num artigo de um poeta de antanho. Mas, só a poesia tem uma função social? Eu considero que não.  Vamos falar um pouco sobre a música. Uma pessoa chega de mau humor em casa e coloca um disco na vitrola. Se demora ali um pouco ouvindo a música. Num instante está cantalora...