O VELHO PROFESSOR
Primeiro, ele me convidara para ver uma reunião de poetas, escritores e outros artistas numa associação lá deles. A princípio eles pretendiam crescer enquanto agremiação. Eu fui e achei as palestras que eles faziam muito interessantes. Alguns deles eu já conhecia, pelas minhas incursões no seu meio. Me lamentava de não encontrar no mercado obras daqueles que ali encontrei. Isso, contudo, não os desmerecia. Pois tinham todos o seu currículo notoriamente conhecido pela nossa sociedade local. Um deles, que era escultor, eu inclusive conhecia pessoalmente.
Agora, ele, o que me convidara, era um velho professor de quem me fizera amigo. Pretendia ele, segundo ele mesmo me dissera, me fazer de mais um dos associados. Claro, eu seria um associado medíocre ali ante aqueles que seriam meus pares. Eu tinha no meu currículo, decerto, alguns prêmios literários. Mas não iam me garantir nada aqueles prêmios. A um dos prêmios, que foi comentado pelo próprio júri, ao me ouvir contar as palavras do júri um daqueles recém conhecidos que ali estavam, me perguntou:
- Este comentário é para falar bem ou falar mal?
Para se ter uma ideia, eu não soube nem responder. E. depois, pensando comigo, de repente o júri premia, como quem coloca no alto, depois fala mal, colocando por baixo. Realmente, não se engana quem está pensando que eu estava entusiasmado ali. Cheguei ao ponto de me pertencer ao grupo dos homens comuns. Mas daqueles que por um arroubo escreve e é premiado. A duração do arroubo acabara ali.
Saímos eu e o velho professor, e nos dirigimos para a casa dele, onde jantamos e conversamos. Ele me disse:
- Não se deixe abater, os colegas querem sempre pegar um ponto fraco.
E ficamos ali conversando. Falamos dos pontos em comum de nossa vidinhas. Era um época difícil, os novels escritores éramos eu e outros ingênuos escribas. E ele também me disse:
- Se eu lhe der estímulo, passe-o adiante.
E, por fim, ele me disse:
- Estou me mudando para Rio Acima.
E lá se foi ele, em busca de ares mais tranquilos. Ele me confessou que se cansara dos ares da capital.
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